domingo, 4 de outubro de 2009

Música


Postado originalmente em 07/01/2007 23:34

Eu estou me odiando. Eu estou frustrado por não saber, por não conseguir escrever nada decente, nada que preste. Eu sei que não sou escritor, que não cursei letras, jornalismo ou algo assim, mas a minha incapacidade em transmitir o q penso, em passar minhas idéias pro papel é humilhante.
Pior q isso são pessoas achando q eu "quero confete", mas eu não preciso de elogios e, diga-se, mal sei lidar com eles... E ninguém pode saber quantos pensamentos ficaram presos e sem saída em minha mente. Tenho me esforçado pra tirar de dentro de mim pelo menos 70% do que seria real, verdadeiro e sinceramente honesto, e é o máximo que tenho conseguido quando estou com sorte ou inspiração...
Guimarães, Machado, Drummond, Gil Vicente, Álvares de Azevedo, Fernado Sabino, Stanislaw Ponte Preta... Quanta facilidade neste ofício, quanta injustiça com um pobre mortal como eu.
E não é preciso ir longe ou atrás dos consagrados nomes, há quem faça maravilhosos textos, de perfeição, precisão e delicadeza ímpares, como uma pessoa muito próxima e que quase conheço, uma amiga.
E essa pessoa q escreve tão bem e com tanta facilidade resolve, como que por ironia fazer para mim uma canção. Sinto-me então ao mesmo tempo lisonjeado por seus versos (nem todos verdadeiros imagino, mas mentiras sinceras me interessam também) e humilhado pela capacidade ímpar, a qual não tenho. Dito isso, publigo a tal canção como um brinde à boa escrita e talvez ao meu ego de alguma forma, afinal, não são todos que podem inspirar versos e música em sua vida rs...
E mais uma vez, a agradeço.

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Ando dizendo coisas sem sentido
Ando também sentindo coisas sem dizer
Mas, principalmente, ando pensando
Muito em você

Tenho sua imagem colorida,
Ilustrando essa página em branco da minha vida
Receio que nessa folha virgem de mim
Escreverei tristezas sem fim
Porém não escreverei o seu nome.

Mas não
Não adianta saber
Que não será
Não faz deixar de sonhar
Com tudo o que seria
Se meus sonhos pudessem ser.

Ando dizendo coisas sem pensar.
Ando também pensando coisas
Que jamais direi.
Mas, principalmente,
Ando querendo muito você.

Preciso de mais calma.
Paciência, juízo.
É o que sempre todos me falam
E é o que nunca consigo ter.

Você diz que é exagero,
Eu julgo ser apenas
A mais refinida intuição.
Não é tampouco desespero,
É um querer alheio
À razão.
É essa vontade sincera
Que se faz presente,
Mas nada espera.
Já esperando, sem querer.

É que não...
Não adianta saber do impossível.
Não me convence,
Não vence a realidade
Essa boba ilusão.

Não adianta saber
Que não posso querer.
Sigo nesse desejo,
Não vejo os avisos.
Não ouço os conselhos.

E, no mais,
Essa sou eu.
Por isso é que nunca adianta saber.


Comentários
(30/03/2007 14:28) Aguinaldo: Torrezani, saiba que Guimarães Rosa, num determinado momento da vida dele quase surtou pois não conseguie escrever o que desejava. Então isso é normal até para os gênios, imagina para um curintiano como você. Mas a música é show de bola.
Um abraço do amigo
Aguinaldo

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